DESIGN INCLUSIVO NA CONTEMPORANEIDADE: diretrizes ao desenvolvimento de materiais didáticos acessíveis a crianças cegas e com baixa visão
Tese de Doutorado
Data de Defesa:
25 de junho de 2020
Pesquisador:
Márcio Guimarães
RESUMO:
Para que se efetue a transmissão de conteúdos didáticos nos quais o uso da imagem é fundamental à compreensão de um conceito, a educação da criança com deficiência visual requer adaptação das linguagens verbal e não verbal às leituras visual e tátil, especialmente quando os conceitos a serem apresentados ultrapassam o limite da descrição oral, exigindo o contato com representações táteis que melhor os reproduzam. Este estudo aborda a questão de como o design inclusivo pode contribuir neste processo de desenvolvimento da imagem em produtos pedagógicos adaptados à percepção háptica. A partir da realização de uma análise sistemática de estudos de distintas áreas de pesquisas e orientações técnicas advindas de instituições especializadas na produção de materiais didáticos e paradidáticos para a pessoa com deficiência visual, identificou-se que existem convergências e contradições entre as diversas orientações, demonstrando a falta de parâmetros ao planejamento e produção da imagem tátil e, por conseguinte, do material didático inclusivo. Além disso, muitos dos produtos educacionais inclusivos disponíveis nos mercados nacional e internacional apresentam barreiras de aprendizagem. Diante destas problemáticas, optou-se pelo desenvolvimento e produção de um sistema de produtos didático-pedagógicos elaborados com base na triagem de recomendações desenvolvidas por pesquisadores acadêmicos e instituições especializadas. Estes materiais foram utilizados em pesquisa de campo envolvendo a participação de crianças e adolescentes com deficiência visual e, ainda, pela interação desse grupo com crianças videntes, com o objetivo de verificar a efetividade dos materiais como produtos inclusivos. Empregando um método de análise quali-quantitativa associado à metodologia de leitura e interpretação de imagens, desenvolvida por Arizpe & Styles (2004), buscou-se identificar, analisar e verificar se as recomendações técnicas empregadas na produção dos materiais didáticos promovem visualidade tátil, no sentido de preservar, através de seus elementos morfológicos, as representações semânticas necessárias à interpretação da imagem pela criança cega. Como resultado, este estudo aponta diretrizes à elaboração de materiais didáticos inclusivos em diferentes escalas de produção.
Design Inclusivo
Deficiência Visual
Materiais Didáticos
orientação:
Mônica Cristina de Moura - FAAC/UNESP Bauru
Cassia Leticia Carrara Domiciano - FAAC/UNESP Bauru
titulares da banca
Rita Maria de Souza Couto - PUC Rio
Fernanda Henriques - FAAC/UNESP Bauru
Eliana Marques Zanata - FC/UNESP Bauru
Sergio Tosi Rodrigues PPGDesign/UNESP Bauru
suplentes da banca
Cristina Portugal - Pesquisadora PQ/CNPq
Fausto Orsi Medola - FAAC/UNESP Bauru
Thaís Cristina Rodrigues Tezani FC/UNESP Bauru
Marizilda dos Santos Menezes FAAC/UNESP Bauru

sobre o pesquisador:
Márcio Guimarães
Designer, Doutor em Design pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Bauru, mestre em Design e bacharel em Desenho Industrial, ambos pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA. É professor adjunto no Departamento de Desenho e Tecnologia - DEDET - UFMA, líder do grupo de pesquisa Tato Ativo: Design Inclusivo para a infância (CNPq/UFMA) e atua como pesquisador junto ao Grupo de Pesquisa em Design Contemporâneo: sistemas, objetos, cultura (CNPq/UNESP). Tem experiência no desenvolvimento de pesquisas em Design Inclusivo, Design para a Educação e História do Design.